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25.12.14

Todas as crianças crescem? Conheça tudo por trás da história de Peter Pan!!!

“Todas as crianças crescem, menos uma”- Sir James Matthew Barrie.
A criança que Barrie se refere é a que nós conhecemos como Peter Pan, personagem de uma das mais belas histórias infanto-juvenil produzida pela Disney na década de 50. Um menino que vive em um lugar chamado “Terra do Nunca”, que fica fora do plano humano de existência, e que, como espaço de fantasia e utopia, possibilita a realização de uma combinação: a criatividade e a natureza. O menino é apresentado de forma a idealizar a eterna infância, pois ele decidiu não crescer (será que decidiu? veremos mais a frente), e de tal contato com esse novo universo tornou-se capaz de voar. Poucos sabem, mas toda a obra se originou de personagens e fatores externos reais vividos pelo autor que, diferente do “inocente” conto, guarda muito mistérios.
A obra:
“Peter Pan” já aparece nas histórias de J.M. Barrie desde 1902: primeiro como o menino que vivia nos jardins de Kensington (atual parque Kensington, em Londres, que abriga a famosa estátua de Peter tocando flauta, exatamente no mesmo local do pouso do menino voador indicado pelo livro). Em 1904 o autor lança a peça The Boy Who Wouldn't Grow Up (O Menino Que Nunca Quis Crescer, em português) e só em 1911, então, é que é publicado o romance “Peter e Wendy” ou simplesmente “Peter Pan”. No Brasil, Monteiro Lobado apresenta o personagem a seus leitores em 1930 integrando o garoto ao cenário do famoso Sítio do Picapau Amarelo (sempre achei o personagem Pedrinho com características muito próximas das de Peter Pan, alguém tem a mesma opinião?). Em 1953 a Walt Disney transformou toda a história em um longametragem infanto-juvenil que popularizou o nome e o personagem no mundo todo.

O autor: James Matthew Barrie, foi escritor e dramaturgo britânico, nascido na escócia em 1860, filho de um “fiandeiro” (algo quê se assemelha nos dias de hoje a costureiro ou alfaiate) e uma dona de casa. O casal teve dez filhos e Barrie foi o nono, era chamado carinhosamente de “Jamie” pelos familiares. Quando criança, seu irmão David (filho preferido dos pais) morreu com um acidente de patinação e sua mãe caiu em depressão. Barrie tentou conseguir a afeição da mãe vestindo as roupas do falecido irmão, mas sem sucesso. A obsessiva atitude da mãe para com o irmão marcaria a vida de Barrie, fazendo com que ele saísse de casa muito cedo: aos 13 anos ele se mudou para Londres e deu início a sua formação. De início trabalhou como jornalista depois virou escritor e dramaturgo. Casou-se em 1894 com uma bela atriz, mas não teve filhos, pois possuía disfunção erétil, vinte anos depois vinha a se separar. O filme Em Busca a Terra do Nunca (Estados Unidos, 2008) conta parte da vida de James Barrie e como se deu a inspiração para a produção de sua mais famosa peça. Acredita-se que o escritor se inspirou na amizade com os filhos de Sylvia Davies, uma dona de casa a quem conheceu por acaso na vizinhança, para criar o mundo mágico da Terra do Nunca. Barrie tinha relações muito próximas a família Davies, Arthur (que não gostava nada da presença do escritor em sua casa) e Sylvia Davies eram pais de cinco filhos: George, John, Peter, Michael e Nicholas (opa, gravem os nomes). O patrono Arthur faleceu com os filhos ainda criança. Sylvia, então viúva e também adoecida, recorre ao escritor que a ajuda financeiramente e assume a guarda das crianças após a morte desta (que aconteceu pouco tempo após a morte do marido).

A história: Como já citei ai pra cima a história surgiu inspirada em histórias que o autor contava ás crianças da vizinhança. J. M. Barrie gostava de dizer a George e a John que o irmão mais novo - Peter, podia voar! Mas será que é só isso mesmo?? Vamos analisar: A literatura infanto-juvenil da época, que tem uma tradição que vêm desde o século XVIII, é um gênero literário proveniente dos contos de fadas, que eram histórias que, por meio da tradição oral, traziam um caráter moralizante e pedagógico, de conteúdo artístico estimulando a construção de sentidos. Essas características estavam diretamente ligadas às necessidades burguesas e eram escritas para sedimentar valores através dos quais a sociedade da época se constituía. Normalmente os personagens criança eram frágeis e inocentes, feitos como estereótipos de pessoas que deveriam ser tomados como exemplo infantil. J.M. Barrie começa a quebrar as regras literárias de sua época quando passa a criar personagens “crianças” com atitudes consideradas adultas ou até mesmo impróprias para a juventude burguesa. Mas por outro lado creio que a observação certeira do autor era de abrir os olhos da sociedade para o movimento dos meninos de rua de Londres em meados de 1900: órfãos e bastardos que sobreviviam sob condições muitos desfavoráveis na metrópole, se submetendo a qualquer negócio para se alimentar e vestir, esses eram então os donos da verdadeira personalidade atribuída ao personagem principal da história de Barrie (lembremos que Peter e “os meninos perdidos” eram todos órfãos). A origem do conto se dá mesmo em Londres. Peter é o líder de um bando de garotos órfãos que cometem roubos (trombadinhas de primeira) para sobreviver (isso era realmente muito comum em Londres na época). Eles possuem um “tutor” que tecnicamente planejava os crimes, se chamava “James Gancho” (isso mesmo, GANCHO – “James Hook” - era o nome dele antes mesmo do cara ter o objeto adaptado no corpo! O próprio autor diz que “Gancho” não era seu nome primeiro e nem o verdadeiro!!! E ahh reparem o nome “James” é o mesmo do autor. No livro “Cap; Hook – The adventures of Notorious Youth” J.V. Hart afirma que o nome do Capitão é “James Mathhew” e que sua vestimenta remetia ao Rei Carlos II), enfim, James é um ex mestre de armas que recrutava garotos de rua para a bandidagem. Em um roubo encomendado por uma seita secreta a uma loja de antiguidade, James e os meninos encontram um objeto muito valioso, um “globo” semelhante ao que entendemos como uma bola de cristal e que, depois de um descuido do próprio James (num momento de curiosidade leiga, deixa o objeto cair) onde choque do objeto ativa um campo magnético que o leva (juntamente com o bando todo) a Terra do Nunca! Em primeira estância, o local de chegada dos forasteiros é, coincidentemente ou não, um lago congelado (creio que o lago represente o ponto crucial: a morte do irmão de J.M. Barrie). Os meninos e seu tutor caem em locais separados uns dos outros, grande parte são encontrados por Piratas e outros dois deles, incluindo Peter, é resgatado por Índios da terra mágica. James Gancho, sendo astuto, rápido consegue uma posição de destaque entre os piratas e compartilha de suas ambições (principalmente a de possuir o pó mágico que o faça voar e se tornar “um Deus” entre os homens). Originalmente o Navio era comandado por outro capitão (capitã néh!) uma mulher que se engraçou com Gancho, ela foi quem o apresentou todas as possibilidades ambiciosas da Terra do Nunca. Do outro lado, Peter conheceu a Terra do Nunca através dos ensinamentos Indígenas, que respeitavam os espíritos e toda a natureza. Na primeira possibilidade, o garoto e seu companheiro decidiram resgatar os colegas das mãos dos piratas. Peter obteve sucesso e assim uniu novamente a “trupe” dos meninos de rua, agora na Terra do Nunca, porém James Gancho, seu tutor, se negou em se juntar novamente a eles e viver com os índios (ele queria mesmo era voltar para Londres com o pó mágico e dominar o mundo) sugeriu a Peter que se juntasse a seu propósito, o pedido também foi negado. Bom, assim já temos uma ideia de como se deu a rivalidade entre eles não é? Irei resumir para que a leitura não fique cansativa: Gancho se une aos piratas e planeja de todas as formas vencer os índios par capturar o pó dos espíritos. Peter e os meninos órfãos lutam ao lado dos índios. Em combate Gancho assume ter conhecido a mãe de Peter, e que nutria um amor por ela, por isso ele havia assassinado o marido, mas logo a mulher veio a falecer e a partir daí Gancho era “tutor” de Peter (interessante a história, visto a semelhança com os acontecimentos da vida real do autor). Peter, tomando ciência do acontecido acaba decepando a mão de Gancho no duelo... (forte isso para uma criança não é?... mas na disney ninguém conta esse fato). O pedaço do corpo do Capitão cai sob ás águas e um jacaré a come, juntamente com um relógio que possuía o retrato da mãe de Peter. O garoto também é ferido em combate, mas Sininho (a fada) o salva jogando-o na fonte dos poderes dos espíritos e é assim que ele ganha o poder de voar, porém, junto aos poderes ele recebe uma maldição: sempre esquecer, sentimento de solidão e ser confuso. A partir daí “Peter Pan” o então detentor do “globo mágico” (que alguns autores retratam como a pedra filosofal) pode ir e vir entre a Terra do Nunca e o nosso mundo. É quando ele conhece Wendy e a saga que conhecemos acontece.

Os personagens
Aproveitando o gancho (rsrsrs) do parágrafo anterior, começaremos falando do personagem mais complexo da história: James Gancho (isso mesmo, esse é o personagem mais interessante da história e não Peter, como todos pensam).
Gancho é um notório capitão pirata que comanda um navio chamado "Jolly Roger", ancorado em uma baía da Terra do Nunca. Como eu já disse acima, o Capitão possui a mão direita substituída por um gancho, após ter sido decepada em uma luta com seu então arque-inimigo Peter Pan. O crocodilo que comeu a mão do homem (depois apelidado de “tic-tac”) apreciou tanto seu sabor que veio a persegui-lo para devorar o que restou do corpo desde então. Por sorte, o relógio engolido juntamente com a parte do corpo, sempre alerta Gancho e o previne de ser devorado.
Gancho possui uma natureza ao mesmo tempo impiedosa e maligna, mas com certos sentimentos, como muitas vezes descrito no livro de J. M. Barrie, é arrependido de maltratar tanto os Meninos Perdidos (lembram-se da história da origem? James Gancho era o “tutor” dos meninos). No entanto, nos momentos em que ele se mostra mais cortês, parece ainda mais medonho. Gancho tem uma essência sombria, deprimida, e quando se encontra mais triste são nos momentos em que conversa sozinho (principalmente quando se refere a si mesmo na terceira pessoa), resultado de ser um homem muito solitário, ou ao estar junto à tripulação observando os humildes homens conversando entre si enquanto ele não se interage, mesmo possuindo uma mente brilhante e grande conhecimento para transmitir. Entretanto, é citado que esta característica foi adquirida em sua escola, o Colégio de Eton, pelo fato dos mais cultos (geralmente os alunos mais velhos) não se misturarem com os de conhecimento mais rudimentar, sendo estes a classe dos alunos mais jovens ou os atrasados, automaticamente excluídos. Embora ele se comporte dessa maneira, na realidade isso não se deve ao fato de sentir medo em se socializar, mas apenas de optar por não fazê-lo.
Surpreendentemente, ele é deprimido pelo fato das crianças não gostarem mais dele, e não gosta, de si mesmo, por essa razão ele se culpa. Outro motivo, é quando ele repara nas suas tendências narcisistas, atribuindo então que fosse melhor talvez nem ter nascido. As únicas vezes em que se sente feliz é quando ele enterra seu gancho nas tripas de alguém. Apesar de sua evidente maldade, ele possui um lado sensível e gosta de flores, principalmente rosas, aprecia música suavetoca cravo, flauta, gosta de Shakespeare e de poemas (especificamente aqueles escritos pelo estilo incomum dos Lake Poets), sendo também um ótimo contador de histórias.
Em política ele é um conservador. Ele costuma fumar charuto com uma espécie de objeto que possui um segurador duplo especial, de forma que ele pudesse fumar dois deles ao mesmo tempo.
O Capitão, afinal, não é só interessado em matar Peter Pan para tomar posse da Terra do Nunca, e por maior que seja o ódio por sua mão ter sido amputada, se orgulha pelo fato de ter sido substituída por seu gancho (no livro de James Barrie, há um momento no qual ele brinca com sua tripulação ao afirmar que, se tivesse filhos, queria que eles tivessem ganchos em suas mãos). Seu ódio por Peter Pan é anterior ao incidente e justificado pelo fato de Peter ser parecido com o pai verdadeiro, a quem Gancho tinha assassinado. Gancho é um homem corajoso, disposto quase sempre a cravar uma luta justa entre seus inimigos e, principalmente, não tem medo de enfrentar os perigos que se encontram a sua frente. A única coisa que ele teme é o crocodilo específico que o persegue (mas a frente falaremos dele) na Terra do Nunca, e uma vez na sua vida que se encontrou ferido e seu sangue estava com uma cor fora do comum, incluindo o fato de possuir certa fobia em relação a água (ele era sempre o último a deixar o navio). Enfim, James Barrie pode ter baseado Capitão Gancho em si mesmo, lembremos o primeiro nome de seu personagem (James Gancho), e também por citar várias vezes em entrevista que ele mesmo possuía um lado sombrio no seu interior. A verdadeira “musa” de inspiração para o Capitão Gancho foi o Capitão Ahab de Moby Dick, como afirma o próprio autor. Mas como ele costuma envolver seus leitores com um ar de mistério compulsivo e nos persuadir de que há muito além do que ele cita em suas asserções, podemos encontrar centenas de outras possíveis "musas" (como citei lá em cima o Rei Carlos II). Gancho também pode representar todos os pais que tentam tirar a infância dos filhos, aquele adulto que corre contra o tempo (lembre-se disso no final da análise) e que afirma que seu filho precisa crescer. 

Os Meninos Perdidos
Diz o livro, que os meninos perdidos são aqueles que caem do berço, em algum parque, ou na rua, sendo abandonados pelo descuido da baba ou a própria mãe. E então, são levados para a Terra do Nunca, onde são cuidados pelas fadas. Por não terem mães, não estão acostumados a obedecer, nem a ter suas obrigações, somente a Peter, o chefe do grupo. 
Mas como eu disse lá na história da origem de tudo, os primeiros Meninos Perdidos eram garotos de rua que viviam em Londres e que, por acaso, foram levados ao lugar mágico.
Os nomes deles são: Cabelinho; Bicudo, Piuí, Deleve e os Gêmeos (como ninguém sabe distinguir quem é quem, os dois são chamados assim). Todos os nomes são simples e refletem a personalidade de cada um dos personagens: Piuí não é o menos corajoso, mas é o mais azarado do bando. Bicudo era o mais alegre, e Deleve era o mais esperto e presunçoso. Cabelinho é o mais novo, e menor, e os Gêmeos parecem um, pois falam a mesma coisa e agem do mesmo jeito. Junto com Peter eles completam um grupo de sete (número presunçoso, não acham? Sete sempre é colocado como o representante da perfeição). Pois é, a Terra do Nunca era “o paraíso” e os meninos eram os novos “guardiões”: sete guardiões para o local mágico!! -muito próximo de qualquer especulação espiritual, ma acredito que essa não foi a real intenção do autor. Na verdade creio que J.M. Barrie quis fantasiar uma opção para explicar as mortes de crianças recém-nascidas em Londres da sua época, era uma forma bela de se contar a uma criança, por exemplo, que seu irmão mais novo ao invés de falecido estava à companhia de Peter Pan. Um relatório da Sociedade Fabiana de Londres entre 1900 e 1913, descreve a vida dos "respeitável pobres"; um em cada cinco de seus filhos morreram no primeiro ano, de fome, doenças e resfriados.
Wendy, Jhon e Michel (Wendy, João e Miguel em português)
Jhon e Michel claramente foram inspirados nas crianças a quem o autor Barrie mantinha amizade (se lembram que láaa no começo pedi que gravasse os nomes das crianças?), os nomes são os mesmos: Jhon e Michel Davis, só que na história o sobrenome era “Darling” que em português significa “Querido”. Mas e Wendy? De onde surgiu, como se comporta? Ahh isso só no globo repórter da sexta feira!!! Brincadeira, falaremos dela:
Outros autores e amigos de Barrie afirmam que o nome “Wendy” vem da palavra “Friend” (mas cuma????). Foi assim, na década de 1980 o amigo William Henley visita o autor e leva sua filha de cinco anos de idade, como Barrie não tinha filhos e adorava crianças (já deu para notar neh!! rs) começou a brincar com a menina, logo estavam conversando e a menina o chamava de “fwendy” (eu juro que ela tentava dizer “friend”, rsrs o que seria para nós “amiguinho”). Wendy é o personagem mais desenvolvido na história de Peter Pan, e é muitas vezes considerado o protagonista central. Ela se orgulha de sua própria infância, gosta de contar histórias e fantasiar. Ela tem um desgosto pela a idade adulta , adquirida em parte, exemplo disso definido por seu pai, a quem ela ama, mas teme devido a seus ataques um tanto violentos de raiva. Sua ambição no início da história é para evitar de alguma forma crescer, mas esse desejo é concedido a ela quando vai com Peter para a Terra do Nunca. Ironicamente, Wendy descobre que essa experiência traz para fora o seu lado mais adulto. Peter e os meninos perdidos querem que Wendy seja sua mãe, realizando serviços domésticos e estabelecendo normas de convivência entre eles. Há também um grau de flerte inocente ou implícita com Peter (formando assim um triângulo amoroso com, por vezes, com ciúmes de Sininho). Na versão da Disney, ela também fica com ciúmes da Princesa Indígena depois que beija Peter. Em um adendo escrito por J.M. Barrie e encenada em 1908, Wendy cresceu e casou-se (não se sabe quem), e tem um filha, Jane. Quando Peter retorna à procura de Wendy (sem entender que ela não seria mais uma jovem), ele conhece Jane; Wendy deixa a filha sair com ele, aparentemente confiando-a a fazer as mesmas escolhas. (Parecidíssimo com a história do personagem principal da ultima novela das oito que passou na globo “Em família”, de autoria de Manoel Carlos).
Minha conclusão é que Wendy representa as mulheres da vida do autor: a mãe e a esposa, todas as duas o deixaram em determinado momento de sua vida. Wendy serviu como uma consolação pela falta de afeição recebida pelas duas mulheres mais importantes de sua vida.
Sininho ou Tilim Tim (no original Tinker Bell)
Sininho é uma fada da Terra do Nunca. Da ordem dos artesãos, o autor a descreve como uma fada que remenda panelas e chaleiras. Seu nome se dá pelo som que emite, semelhante a de um sino (não se sabe se o som é sua fala ou o bater das asas). Embora, por vezes, mal-humorada, mimada, ciumenta, e vingativo, em outros momentos ela é útil e gentil com Peter. Os extremos de sua personalidade são explicados na história pelo fato de que o tamanho de uma fada a impede de realizar mais de uma sensação de cada vez, por isso, quando ela está com raiva que ela não tem compaixão de contrapeso.
A fada Sininho é o maior elemento da história, é o “mar” que divide o antes e o depois de Peter Pan, na origem eu citei que ela o salva e o leva até a fonte dos poderes dos espíritos, essa fonte é o que da o poder do voo ao menino. Mas não é só isso, quem será que ensinou Peter a controlar seu novo poder? Quem é que serve de conselheiro? Quem é que o personagem fiel escudeiro do menino travesso? Simm, é a Sininho! Além de tudo ela nutre um amor platônico por Peter, e seu maior sonho é se tornar grande para poder abraça-lo. Interessante é que Sininho se tornou-se um dos ícones de marcas mais importantes da Disney por mais de meio século, e é geralmente conhecido como "um símbolo de magia da Disney '". Ela tem sido destaque em comerciais de televisão e um programa de créditos que polvilham aquela poeirinha – “pó de pirili-pim-pim” no letreiro de abertura com uma varinha, a fim de tornar uma sensação mágica, em outras ocasiões a fada também é responsável de distribuir o pó mágico sobre várias outras personalidades da Disney.
Para a Disney, Sininho representa toda a magia e fantasia presente na mente infanto-juvenil, carro chefe da produtora para atrair cada vez mais a atenção das crianças. Para o autor, a fada é simplesmente algo parecido com nossa consciência, ou talvez nossa pura “essência”: a proveniência mágica (ou divina), o aspecto de cuidado e conselho, as características negativas também, como impulsividade, raiva, ciúmes... Mas tudo é domado pelo espírito jovem de Peter Pan. 
Peter Pan: o nome: claramente “Peter” foi mais um nome escolhido pelo autor inspirado nas crianças a qual fez muita amizade. Peter Davies era a criança que o autor costuma dizer que sabia voar, essa era a história que contava a George o John (os irmãos mais velhos). Durante essa pesquisa, li e ouvi também uma frase que marcou, dizia “o menor é o mais esperto”, talvez isso fizesse referência a Peter Davies, a criança mais esperta entre os irmãos acabou inspirando Barrie a criar o personagem. Cabe lembrar que o nome Pã tem uma mitologia por trás, que era conhecido como Deus dos Bosques. Para alguns, ele simbolizava a natureza e inventou a flauta, sendo temido por pessoas que atravessavam o bosque, pois ele tinha aparência de um fauno. O nome Pã, para algumas crenças, também significa "tudo” que dá margem a um significado de liberdade e infinitas possibilidades.
Estranhamente o Peter que inspirou Barrie a criar o personagem, antes um garotinho inquieto e astuto, teve um destino próximo do contado na história: se afastou de seu tutor na primeira oportunidade. Peter Davies vivia constantemente aborrecido com a ideia de que todo mundo lhe associasse com Peter Pan; odiava Barrie e culpava-o pela separação dos seus pais e de todos os horríveis acontecimentos que aconteceram depois que ele conhecera sua mãe. Não lhe faltava razão, pois desde o aparecimento de Barrie sua família tinha sido tomada por uma espécie de "maldição".
Pois é meus queridos, muitas das mais belas histórias escondem melancólicas e tristes, mas verdadeiras histórias!!! Continuemos a análise:
O personagem Peter Pan possui uma curiosidade marcante e que faz parte da história: a sua sombra. Em um momento da história (ninguém até hoje descobriu o por que e acreditem eu pesquisei muito e não encontrei nada de concreto de informação) o garoto perde sua sombra em Londres e é isse um dos motivos que o faz recorrer a Wendy, ajuda-lo a recuperar e controlar sua sombra. Na teoria de Carl Gustav Jung, a Sombra é o centro do inconsciente pessoal, núcleo do material reprimido da consciência. A grosso modo falando, é a nossa parte “negativa”, aquilo que repudiamos em nós mesmos. (Será então que podemos dizer que “a sombra” de Peter ficou em Londres pois ele agora vivendo na Terra do Nunca, o paraíso, logo ele se livrou do seu lado negativo?) No caso da cena relatada do desenho, o Peter Pan está dissociado de sua sombra, de sua parte negativa! Logo ele não está completo, não é possível termos apenas um lado, precisamos de equilíbrio entre o bom e o mau para podermos ter o equilíbrio psíquico (por isso então ele é meio doidão no começo). E neste caso Peter estava desequilibrado, tanto que ele busca sua sombra e precisa de ajuda para tê-la de volta. O personagem “Peter Pan” é em si um estereótipo do pensamento infantil: negação ao crescimento (e junto ás responsabilidades), negação a família, complexo de Édipo, narcisismo... A psicanálise atribui certos comportamentos como “síndrome de Peter Pan” que caracteriza-se por imaturidade comportamental. Outras teorias fazem referência ao personagem nas tendências juvenis que leva aos caminhos das drogas. Voltando a vida real, na manhã de 5 de abril de 1960, Peter Davies desceu pelas escadas da estação de Sloane Square, caminhou lentamente pela plataforma e jogou-se debaixo das rodas do metro de Londres. "Peter Pan se suicida" – foi a capa de alguns dos diários do dia posterior – "Morre o menino que nunca quis crescer", assim se concluiu a “maldição” que Peter Davies atribuía a Barrie. Um final triste com certeza e que talvez ninguém nunca terá realmente esclarecido. Antes de Peter, o irmão Michel (também personagem de Barrie) se suicidou em um afogamento. O mais velho George faleceu no exército, lutando contra inimigos na primeira guerra mundial. Talvez Barrie era mesmo o “Capitão Gancho”, e assim como o personagem, se culpava por todos os ocorridos com os meninos.
Apesar dos pesares, Peter Pan serve de inspiração de coragem e heroísmo da molecada até hoje!!
Observações gerais:
O Crocodilo Tic-Tac, do qual eu falei no começo, pode ter uma representação simbólica do que remeta ao “tempo” ou do deus “Chronos”, sempre girando ao redor de suas possíveis presas, assim é o tempo: implacável e devorador de quem estacionar na vida! Lembra que quem escolhe a “Terra do Nunca” também corre perigos. No início também falei sobre os adultos correrem contra o tempo não falei? Pois é, a relação entre Gancho e Tic-Tac expressa bem isso.
Os ajudantes do Capitão Gancho são a representação de todo o lado atrapalhado e inseguro da juventude. Principalmente o fiel escudeiro: um ser frouxo e desajeitado, que mostra grande afeição a comida. A companhia de piratas vivenciam situações de angústia, desordem e sem conduta exatamente como na transição da criança para adolescente.
Conclusão:
“Peter Pan” é uma história um tanto quanto curiosa, que passa uma mensagem sobre a infância, sobre pais e filhos, e sobre um lado malvado e sombrio que todos temos (o Gancho). A mensagem principal deve ser de aproveitar cada momento único, buscar o equilíbrio dentro de nós (a sombra). “Peter Pan” é bem mais que um conto de criança, é um universo psíquico inteiro e tenho certeza que você também irá tirar novas conclusões, por isso ficarei feliz em ler algum comentário aqui.